Malthus Morealle

Ano 1975. Cidade de Fajami, continente de Lantara. Há algum agito na propriedade Morealle. Os poucos empregados fazem companhia ao Senhor que sempre os tratou como amigos próximos. A tensão do silêncio é interrompida pelo choro de um bebê. Nascia naquele momento Malthus Morealle, filho de Demétrius Morealle e Sellena Morealle.
Malthus compartilhou com outros bebês conterrâneos a dependência de cuidados, carinho e afeto. Dependência que sua mãe, Sellena, soube sanar como poucas. Devido à condição financeira de seu pai, não compartilhou da fome e do frio contra os quais os cidadãos de Fajami haviam de lutar todos os dias naquele período. Andry Targan, o Barão local, cobrava altos impostos e castigava a plebe com a talha, a corveia e as banalidades.
Alguns anos depois, aos oito de idade, fora batizado no cristianismo, religião de seu pai. A cerimônia ocorreu em uma bela manhã de domingo, ao ar livre. Lágrimas desciam dos olhos de seu pai enquanto um leve brilho reluzente cobria o corpo do pequeno Malthus. Segundo as poucas testemunhas, havia ocorrido ali um pequeno milagre, realizado pela própria fé dos Morealle. Daí veio a origem de seu apelido, Abençoado. O Padre local negou tratar-se de um milagre, afirmando que era apenas o reflexo dos raios de sol no corpo molhado da criança.

Batizado de Malthus
Logo depois, aos dez, foi enviado para a Escola de Cavalaria de Mégalos para seguir os passos de Demétrius. À sombra de seu pai, um dos maiores heróis contemporâneos, a pressão de seus comandantes foi demais para uma mente muito jovem e sem brilhantismo. Abandonou o curso pela metade, mas não antes de aprender a lutar, usar armas, cavalgar e usar a lança de justa. Durante o serviço, pôde acompanhar de perto os torneios de justa promovidos pela Academia Militar Megalana atuando como escudeiro para alguns importantes cavaleiros da época, como Sir Jordan Siegebreaker. Ficou encantado ao ver o quanto a massa adorava àqueles campeões. Naquele momento jurou que um dia também ergueria seu próprio troféu.
Fugiu aos 16 para disputar seu próprio torneio. A princípio, seria apenas um final de semana longe da Academia. Malthus viaja para Caithness, participa do campeonato local de lanças de justa e perde sem chegar às rodadas finais. Mas a massa reconhece no jovem combatente um espírito único e uma vontade de vencer ímpar. A identificação com o público é imediata e o apoio preenche o vazio em seu peito. Ele nunca mais retornou à Academia. Ali mesmo, é convidado por Nobres vindos de toda Yrth para disputar outros torneios importantes e passa um grande período de sua vida saltando de cidade em cidade, participando dos mais importantes torneios do mundo conhecido. Em um destes torneios encontra outro jovem e com ele se qualifica para a disputa final. Este o chama atenção, algo em seu semblante lhe parece familiar...

Final entre Malthus e Kheinnel
O público presente naquela tarde pôde acompanhar um duelo de justa entre Malthus Morealle, filho do grande e famigerado Demétrius Morealle, e o desconhecido Kheinnel, ainda sem o Morealle, tampouco sem imaginar que um dia seria o Grande Imperador. Para a surpresa de Malthus quem faz a apresentação dos finalistas foi Shuuv’koppek, um Goblin que ele conhecia de vista, pois estava sempre percorrendo as dependências dos principais órgãos militares da antiga estrutura imperial Megalana.
Todos diziam que se tratava de um feiticeiro e nutriam um profundo respeito por ele. Antes de dar o início a grande final, Shuuv’Koppek pede para apertar a mão do “filho do grande Demétrius Morealle” (em suas próprias palavras). Malthus não lhe nega e durante o cumprimento percebe que o Goblin proferira algumas palavras ininteligíveis em uma língua desconhecida. Após alguns segundos de silêncio e uma expressão facial de surpresa o mago se retira e dá início ao combate.
Kheinnel, seu meio irmão cuja existência era desconhecida, é mais experiente e mais forte, Malthus é mais hábil e mais resistente. Os dois terminam empatados e o primeiro lugar é divido. A multidão que acompanhava, delira. Ali surge um respeito mútuo que duraria até os dias atuais (e quem sabe futuros...).
Aos 22, cruza o portão que guarda a entrada da propriedade Morealle, retornando assim à sua cidade natal. Traz consigo alguns títulos de campeão de justas em torneios menos importantes realizados em cidades pequenas, uma boa quantia em dinheiro e certa fama. Enquanto percorre os metros que o separa da porta da casa principal imagina o sermão que receberá do pai por ter abandonado a Escola de Cavalaria para se envolver em torneios pelos quatro cantos do mundo. Ao entrar pela porta, para a sua imensa surpresa, é recebido com por uma pequena comitiva composta pelos empregados, vizinhos mais chegados e Demétrius. Além da festa, recebe ainda um cavalo de presente dado por seu pai. Argus era um cavalo de batalha forte e viril, com inteligência acima da média (para os cavalos) e treinado para obedecer a diversos comandos. Juntos formam uma dupla vitoriosa em combate.

Malthus e Argus em ação
Em 2000, três anos após retornar a sua terra natal, inconformado com o tratamento dado ao povo de Fajami pelo Barão Andry Targan, junta-se ao pai na tentativa de transformar a cidade em um lugar melhor. Eles convocam amigos e formam uma Aliança em prol de melhorias para a cidade. Durante uma reunião da nova força tarefa formada conhece Therfrem e descobre sobre a ligação entre Demétrius e Kheinnel. Fica feliz ao descobrir que tem um irmão e cede gentilmente a sua condição de primogênito e aprova que este passe a usar o nome Morealle.
Tem papel fundamental na conquista de Fajami ao enfrentar inúmeros guardas que defendiam a posição do Barão Andry Targan. Ao final, cede seu sagaz cavalo de batalha para que Kheinnel Morealle (já reconhecido) entre de maneira triunfal no pátio central do pequeno forte daquela cidade, já sem possibilidade de resistir às investidas da Aliança, e seja admirado por todos os presentes como novo governante e grande líder das forças revolucionárias.
Nos quatro anos seguintes mergulha de cabeça em um projeto desenhado por Kheinnel. Com o objetivo de tornar o mundo um lugar melhor, a Aliança atrai cada vez mais seguidores. Seu líder, Kheinnel Morealle, juntamente com seus homens de confiança, conquista ou condiciona à lealdade toda cidade do continente de Lantara, incluindo o místico e inexplorado reino das Happylands. Um Império é formado. O Império Morealle.
No final do ano de 2004, já com o Império Morealle ocupando toda a extensão do continente de Lantara, o Imperador (Kheinnel) decide organizar uma competição que seria um dos marcos de sua administração e que mudaria a história de Malthus para sempre. Para celebrar suas conquistas ele organiza o Torneio Mundial de Lutas. Tratava-se de uma série de combates de caráter eliminatório no qual qualquer um poderia se inscrever. A utilização de armas era permitida, mas os combates não eram mortais. Uma grande quantidade de médicos, magos e curandeiros foram contratados para realizar atendimentos emergenciais e garantir a vida dos feridos. Utilizando de técnicas nunca antes vistas, o Abençoado Malthus sagra-se campeão, conquistando ainda maior fama e o coração de inúmeros fãs que espalhavam suas histórias e seus feitos por todo o mundo.

O Abençoado desfilando pelas ruas. Aclamado pelo povo após ser campeão do TORNEIO MUNDIAL DE LUTAS.

Malthus Morealle desenvolve seu próprio Brasão. Dezembro de 2004.
Permanece como um dos maiores aliados do Imperador Kheinnel quando este decide, em 2005, invadir o continente de Yrth. E pode ser visto com frequência tanto nos campos de batalha quanto nos palácios reais enquanto os líderes e monarcas deste novo continente caem um a um sob o julgo Imperial. Nunca abandonara suas crenças religiosas e tamanha era sua fama e prestígio que certa vez, durante uma situação de combate iminente, convence um de seus adversários a desistir da luta e a converter-se a sua religião, sem ao menos desembainhar a espada.
Os reinos de Caithness, Cardiel, Al-Wazif, Al-Haz, Sahud, Zarak e Mégalos são conquistados. A épica batalha final contra o principal adversário, o antigo Império Megalano ocorre em 2013 e Malthus figura entre os grandes protagonistas. Ao final daquele ano o Império Morealle controlava dois continentes inteiros. A exceção eram os Territórios dos Nômades (nordeste de Yrth) e as Terras dos Orcs e o Grande Deserto (oeste de Yrth).
O ano de 2014 é um ano especial para o Império Morealle e para Malthus. Neste ano, grandes mudanças se iniciam na sociedade, na política e na maneira com a qual as pessoas são tratadas pelos monarcas (principalmente a plebe). A nova maneira de governar parece mais justa e o povo aprova. O Segundo Torneio Mundial de Lutas é organizado e conta com guerreiros vindos de continentes ainda desconhecidos. Muita propaganda fora feita para que este fosse o evento mais comentado de todos e a expectativa pelos combates crescia vertiginosamente. A segunda edição foi realizada na Grande Arena de Mégalos e uma grande produção foi montada. Mágicos (de verdade e recreadores), músicos, poetas e todo tipo de manifestação artística, cultural e recreativa fora exibida durante a semana do evento. Pessoas de toda parte chegavam para testemunhar aquele grande acontecimento social. As notícias da Arena, as vitórias e derrotas percorriam o mundo todo. Após uma dura sequência de combates, Malthus Morealle vence o Torneio Mundial de Lutas pela segunda vez, colocando assim seu nome na história como um dos maiores guerreiros de todos os tempos. Canções com o seu nome foram feitas, donzelas perdiam o ar ao saber que o Abençoado passaria por sua cidade, reis e rainhas estendiam o tapete em sua admiração, o povo via em sua figura o grande herói com o qual poderia contar. Recebe de Kheinnel o trono do reino de Mégalos (o maior em área) como recompensa pelos serviços prestados.
Malthus Morealle desfila pelas ruas celebrando seu segundo título do TONEIO MUNDIAL DE LUTAS. Nesse momento da história sua fama e reputação atinge os maiores índices, superando seu pai e rivalizando com o próprio Imperador.

Nos dias de hoje enfrenta um tipo de aventura diferente. Por sua ligação com o povo, é o atual nomeado pelo Imperador para ser Líder Religioso do Império (em uma posição parecida com a do Papa durante a Idade Média da nossa Terra). Também acumula as funções de General Supremo do Exército Imperial (patente adquirida durante a campanha que resultou na formação do Império) e Rei de Mégalos. É um dos homens com maior poder e influência no mundo.
